O México esteve muito próximo de fazer história e ir às quartas de final da Copa do Mundo, mas tudo mudou em apenas seis minutos. A Holanda, que parecia entregue, conseguiu uma virada incrível nos últimos momentos, venceu por 2 a 1 neste domingo, no Castelão, e conseguiu avançar. Huntelaar, já nos acréscimos, foi o herói da classificação holandesa ao bater o pênalti decisivo, depois que Sneijder havia deixado tudo igual aos 42 – Giovani dos Santos, no início do segundo tempo, tinha aberto o placar para os mexicanos.
Finalista em 2010, quando perdeu o título mundial para a Espanha, a Holanda não exibiu o ótimo futebol da primeira fase da Copa no Brasil – teve três vitórias -, mas contou com seus medalhões para ganhar novamente. Sneijder, sumido até então, deu sobrevida à equipe no fim do jogo. Nos acréscimos, Robben fez grande jogada e sofreu o pênalti de Rafa Márquez. Huntelaar bateu e garantiu a vitória.
Com isso, o México mantém a escrita de não ir às quartas de final desde 1986. Esta, aliás, foi a sexta vez consecutiva que a seleção caiu nas oitavas de final, como havia acontecido em 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010. No fim, a frustração mexicana foi traduzida nas lágrimas dos jogadores.
Do outro lado, os holandeses eram só alegria por mais uma classificação às quartas de final. Agora, a equipe do técnico Louis van Gaal espera para conhecer seu adversário, que sairá do duelo entre Costa Rica e Grécia, em jogo que acontece ainda neste domingo. A Holanda entrará em campo na briga por uma vaga na semifinal no sábado, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
O JOGO
O começo foi do México, que chutou a primeira com um minuto, quando Layún cortou para o meio, arriscou de longe e levou certo perigo. Aos quatro, o lateral repetiu a jogada, mas, dessa vez, pegou muito mal. A situação holandesa piorou quando o volante De Jong sentiu uma lesão e precisou ser substituído.
Layún era o homem mais perigoso do México e voltou a incomodar aos 13 minutos, quando foi à linha de fundo e cruzou à meia altura, mas a bola passou por toda a área. Aos 16, ele mesmo cruzou para Giovani dos Santos, que dominou no peito e tocou para Peralta. O passe saiu um pouco atrás e o atacante não conseguiu bater, mas encontrou Herrera, que chutou fraco, raspando a trave direita de Cillessen.
O goleiro holandês, aliás, mostrava-se inseguro e não passava nenhuma tranquilidade à defesa. Isso fez com que os mexicanos começassem a arriscar de longe, como aconteceu com Salcido aos 23 minutos. Mesmo sem jeito, Cillessen espalmou para escanteio. A primeira chance da Holanda foi sair somente aos 26, quando Van Persie foi lançado, dominou e tentou finalizar de direita, mas pegou mal.
Layún seguia sendo o desafogo do México e levava a melhor em todas as jogadas sobre Verhaegh, mas a Holanda soube consertar suas falhas e equilibrou a partida. O fim do primeiro tempo já teve o time europeu com mais posse de bola. Mas a melhor chance nos últimos minutos foi mesmo mexicana. Aos 41, Peralta recebeu e se atrapalhou ao tentar o domínio, mas a bola sobrou com Giovani dos Santos, que bateu cruzado. Desta vez, Cillessen foi bem e impediu o primeiro o gol.
Aos 45, a Holanda ainda poderia ter uma ótima chance se o árbitro Pedro Proença visse o pênalti de Rafa Márquez, em carrinho dado em Robben. O erro custaria caro aos holandeses, porque logo no início da etapa final o México abriu o placar. Aos dois minutos, Vlaar tirou de cabeça, a bola sobrou para Giovani dos Santos, que dominou no peito e enfiou o pé esquerdo no canto de Cillessen, que não alcançou.
Aos 10, o time mexicano quase ampliou novamente de fora da área, desta vez com Peralta, que arriscou de esquerda. Cillessen foi bem e agarrou. A resposta veio aos 12, quando De Vrij aproveitou escanteio da direita e finalizou na linha da pequena área. Ochoa mostrou muito reflexo e espalmou. A bola ainda tocou na trave e saiu.
O gol sofrido definitivamente acordou a Holanda, que passou a pressionar. Aos 15, Robben fez sua jogada tradicional pela direita, cortou para o meio e tocou para Sneijder. O meia bateu, a bola desviou e quase encobriu Ochoa. Naquela altura, Robben começava a tomar conta do jogo e seria o responsável por outra grande chance aos 28. Ele arrancou, desta vez cortou para direita e bateu. Novamente o goleiro mexicano impediu o gol.
Quando o resultado parecia garantido, a Holanda empatou. Após escanteio da direita, Huntelaar subiu para cabecear e a bola sobrou com Sneijder. O meia encheu o pé e estufou a rede de Ochoa aos 42 minutos.
Decisivo, Robben decidiria a partida nos acréscimos. Aos 46, ele fez jogada incrível pela direita, chegou à linha de fundo e, ao cortar Rafa Márquez, foi calçado. Huntelaar foi para a bola, deslocou Ochoa e garantiu a vitória.
FICHA TÉCNICA:
HOLANDA 2 X 1 MÉXICO
HOLANDA – Cillessen; Verhaegh (Depay), Vlaar, De Vrij, Blind e Kuyt; De Jong (Martins Indi), Wijnaldum e Sneijder; Robben e Van Persie (Huntelaar). Técnico: Louis Van Gaal.
MÉXICO – Ochoa; Rodríguez, Rafa Márquez e Héctor Moreno (Diego Reyes); Aguilar, Salcido, Herrera, Guardado e Layún; Giovani dos Santos (Aquino) e Peralta (Chicharito Hernández). Técnico: Miguel Herrera.
GOLS – Giovani dos Santos, aos dois, Sneijder, aos 42, e Huntelaar, aos 48 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Aguilar, Rafa Márquez e Guardado (México).
ÁRBITRO – Pedro Proença (Portugal).
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 58.817 torcedores
LOCAL – Arena Castelão, em Fortaleza (CE).