O Brasileirão, mais uma vez, pode terminar no tapetão. À beira do rebaixamento, o Inter busca maneiras de permanecer na elite do futebol. E o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) surge como um possível caminho. O departamento jurídico do clube gaúcho analisa entrar com uma queixa no órgão em razão de uma suposta irregularidade de Victor Ramos. O zagueiro defende o Vitória, adversário direto na luta contra a degola, com três pontos à frente dos gaúchos: 42 a 39.
A suposta irregularidade decorreria da transferência do defensor para o Vitória após o término de seu empréstimo ao Palmeiras, clube no qual atuou em 2015. Ramos tem seus direitos ligados ao Monterrey, do México. Ocorre que o atleta estava registrado no TMS (Transfer Matching System) da Fifa como jogador do Palmeiras, com contrato ativo com o clube paulista. Tal transação teria sido feita sem seguir os passos recomendados pela entidade numa negociação internacional. O Inter acompanha os passos:
Não foi a primeira vez que o assunto entrou em pauta. A primeira polêmica surgiu ainda durante a disputa do Campeonato Baiano. À época, o Flamengo de Guanambi entrou com uma ação na qual pedia a eliminação do Leão do Campeonato Baiano.O texto diz que, em caso de transferência internacional, o atleta tem que ter o nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) até o dia 16 de março. Victor Ramos teve o nome publicado no dia 18 de março. O Vitória, no entanto, garantiu que a negociação foi nacional.
À época, o argumento do Leão foi de que, após o fim do empréstimo de Victor Ramos ao Palmeiras, em dezembro do ano passado, o certificado de transferência internacional (ITC) não saiu do Brasil, assim seria uma negociação nacional. A Federação Baiana de Futebol (FBF) teve a mesma visão sobre o caso e afirmou que a CBF confirmou o caráter da negociação. No sistema de transferências da Fifa, o atleta aparecia com contrato ativo com o Palmeiras.
Em nota enviada ao GloboEsporte.com nesta quarta-feira, o diretor executivo do clube, Anderson Barros, mantém a mesma posição adotada meses atrás e nega qualquer irregularidade.
– O Vitória já comprovou que não há qualquer irregularidade. Não cabe mais nos dias de hoje esse tipo de movimentação, o futebol não merece mais isso. Mas caso eles façam essa movimentação, todas as justificativas legais já foram feitas – disse.
Enquanto aguarda o desenrolar dos fatos, o Inter volta aos treinos nesta quinta-feira pela parte da tarde. No domingo, às 17h, o time recebe o Cruzeiro, com a necessidade de vencer para manter as chances de seguir na Série A do Brasileirão. Atualmente, os comandados de Lisca estão em 17º lugar na tabela, com 39 pontos, enquanto o Vitória, em 16º, soma 42.